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*Por Marcela Vairo

Em todo o mundo, o ritmo da transformação digital está se acelerando rapidamente. Em algumas áreas, como o e-commerce, as organizações experimentaram o equivalente a 10 anos de crescimento em menos de um. De fato, quase metade das empresas (41%) no Brasil acelerou a implementação da Inteligência Artificial (IA) no último ano, de acordo com o recente Índice de Adoção Global de IA da IBM, uma vez que as organizações se voltaram aos assistentes virtuais para gerenciar volumes crescentes de chamadas e a outras vias da automação similares. De acordo com a mesma pesquisa, 80% das empresas no mundo disseram que tinham planos para lançar alguma forma de software de automação nos próximos 12 meses.

Em 2022, com a continuidade de fatores adversos como a pandemia e a crise na cadeia de suprimentos, veremos surgir uma variedade de novos usos e inovações em IA, na medida em que a tecnologia avance para lidar com desafios como ganhar a confiança do consumidor na inteligência artificial e aplicações tecnológicas de ponta para enfrentar problemas associados à mudança climática. Na corrida por mais competitividade, maior eficiência e novos fluxos de receita, prevemos cinco principais tendências de IA para 2022.

O atendimento ao cliente usará IA para se tornar mais pessoal

Os assistentes virtuais se tornaram uma ferramenta crítica para organizações e governos durante a pandemia. Eles não apenas foram uma via fundamental para a divulgação de informações, mas também começamos a ver a integração da automação que permitiu aos assistentes virtuais concluírem fluxos de trabalho e tarefas como, por exemplo, o agendamento de vacinação. Em 2022, os consumidores perceberão interações mais personalizadas e plenamente realizadas com seus varejistas e provedores de serviços favoritos, à medida em que a IA tem um impacto maior na jornada do atendimento ao cliente. Um motivo para a explosão da personalização? Melhor acesso a dados e de forma mais abrangente, fornecendo cada vez mais personalização no atendimento.

FOTO ARTIGO MARCELA VAIRO – IBM

LEGENDA – Em 2022, com a continuidade de fatores adversos como a pandemia e a crise na cadeia de suprimentos, veremos surgir uma variedade de novos usos e inovações em IA.

A IA criará um futuro confiável e sustentável

Consumidores, reguladores e acionistas estão colocando cada vez mais pressão sobre as empresas para que obtenham ganhos de sustentabilidade tangíveis. Uma vez que essas pressões devem continuar a crescer em 2022, a inteligência artificial terá um papel chave para ajudar as empresas a alcançarem indicadores de sustentabilidade por meio de uma maior medição, coleta de dados e contabilidade de carbono, assim como uma previsibilidade aprimorada e maior resiliência da cadeia de suprimentos. As empresas também voltarão sua atenção para a mitigação das interrupções da cadeia de suprimentos, investindo em automação desenvolvida por IA para tornar os sistemas mais rápidos e eficientes. Graças aos dados gerados por sensores, identificações RFIS, atuadores, GPS e muito mais, o inventário fará a sua própria contagem, os contêineres detectarão seus conteúdos e os paletes “avisarão” se eventualmente estiverem no local errado.

Melhor aproveitamento do potencial do 5G com a IA

A conectividade 5G tem um enorme potencial para melhorar indústrias, desde streaming e comunicações, até a robótica e manufatura avançada. Hoje, a complexidade das redes de telecomunicações e a velocidade das mudanças tornaram o gerenciamento e o controle de infraestrutura extremamente complexos. Para avançar na implementação da conectividade 5G no mundo inteiro, os provedores de serviços de comunicações (CSPs) estão se voltando para a automação impulsionada pela IA e a orquestração de rede para melhorar seu controle e gestão, fornecendo experiências mais rápidas ao cliente. Inovações, como a network slicing, permitem às organizações configurarem níveis de serviço para cada dispositivo segundo seu uso da rede. A IA tem potencial para habilitar mudanças rápidas na rede que otimizam o desempenho e a confiabilidade por meio da aplicação de Machine Learning, ajudando os CSPs a entregar o potencial do 5G.

As empresas reduzirão custos aplicando a IA para solucionar problemas de TI antes que aconteçam

Como administradores da infraestrutura digital, em 2021 os CIOs foram incumbidos de habilitar a força de trabalho remotamente, lidar com novos tipos de problemas de segurança como resultado dessa mudança e encontrar sentido à explosão de dados gerada pelos aplicativos modernos, soluções de monitoramento e uso cada vez maior de canais digitais. Essas condições intensificaram o interesse na aplicação da inteligência artificial para melhor prever problemas de TI, dando origem a uma área chamada AIOps. Em 2022, o AIOps permitirá que as equipes de TI diagnostiquem problemas de forma rápida e segura, liberando-as para que se concentrem em aportar mais valor para a empresa. O AIOps também permitirá às equipes de TI identificar padrões em dados, antecipando problemas do setor antes que eles aconteçam.

Foco contínuo na segurança

Para que a Inteligência Artificial continue a avançar nestas áreas, as organizações precisam ganhar a confiança do consumidor. A batalha por essa confiança ocorre em várias frentes, desde a capacidade de tomar decisões de IA compreensíveis e explicáveis, até garantir aos consumidores o conforto de que seus dados pessoais estão sendo protegidos contra os ciberataques. Enquanto empresas e governos continuarem a investir em segurança cibernética, a Inteligência Artificial terá um papel ainda mais crucial para ajudar a identificar e responder às ameaças virtuais de forma mais eficiente conforme caminham para uma abordagem “zero trust”, buscando reduzir ainda mais os riscos.

Essas tendências têm um enorme potencial para melhorar a vida das pessoas por meio do acesso a bens, serviços e informações aprimoradas e mais confiáveis. Para saber mais sobre como a IA está transformando as mais diversas indústrias, desde o varejo até serviços financeiros, clique aqui.

* Marcela Vairo, diretora da unidade de Dados, IA Apps e Automação da IBM Brasil

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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