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*Por Tonny Martins

Dados do Banco Mundial indicam que o caminho da recuperação econômica pós-COVID na América Latina ainda é grande. Requer a estabilização de diversos fatores para que o crescimento da região de forma geral volte ao nível anterior à pandemia. Em meio a isso, a transformação digital segue como um imperativo estratégico para as organizações e caminha junto com o desenvolvimento de talentos e o fortalecimento de relações de confiança. Juntos, esses elementos impactam o nosso dia a dia como pessoas e profissionais e são chave para a construção de um futuro promissor.

Embora o cenário não pareça o mais propício e longe do ideal, as crises trazem oportunidades e os líderes empresariais estão repensando como operar ao longo de toda a cadeia de valor. Eles estão buscando maneiras aprimorar sua infraestrutura e ter mais flexibilidade, fortalecer a segurança cibernética e reduzir o impacto ambiental a cada passo do caminho. Ao mesmo tempo, também estão redefinindo como os humanos e a tecnologia trabalham juntos e reforçando culturas organizacionais que colocam as pessoas em primeiro lugar. De fato, de acordo com uma pesquisa realizada pelo IBM Institute for Business Valuea inovação aberta, as parcerias com o ecossistema e as experiências integradas de clientes tornam-se cada vez mais importantes para os líderes empresariais.

As escolhas e os investimentos que estão sendo realizados hoje definirão, em grande parte, as possibilidades que serão abertas para nós. Hoje já podemos contar com conhecimentos baseados em dados que ajudem nesse processo, para que cada tomada de decisão seja mais fácil, completa e segura. Então, como podemos tirar proveito de tudo isso para nos direcionarmos com sabedoria para o futuro?

  1. Focar no propósito

Os valores que são estabelecidos pelas empresas são a base que permite gerar confiança e transparência para manter relacionamentos fortes com funcionários, clientes, parceiros e todo o ecossistema. Eles são fundamentais para dar transparência empresarial e fortalecer as marcas, assim como indicar um rumo claro. É necessário que os valores sejam apoiados por objetivos específicos em torno da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social, permitindo medir regularmente os progressos realizados.

Nada disso é possível sem que as pessoas estejam no centro — isso cria a conexão com o propósito, que faz com que ele possa ser efetivamente refletido em ações. Líderes e funcionários devem estabelecer trocas que os façam sentir apoiados e possam trabalhar com autenticidade, o que contribui no curto e longo prazo para o bem-estar dos profissionais, das empresas e daqueles que por elas são atendidos. 

  1. Investir para se diferenciar

Adotar novas tecnologias vai para além de implementar as melhores abordagens, serviços e soluções para operar. É preciso investir na melhoria das competências que serão necessárias para lidar com essas tecnologias. Isso ajuda a fortalecer a colaboração entre humanos e a tecnologia, fundamental para fazer o máximo da transformação digital, além de ser um caminho para minimizar as lacunas de integração.

É preciso ter um olhar para áreas que já estão mais maduras nesse processo e outras que podem se beneficiar da inteligência artificial e da nuvem híbrida para não ficarem para trás. Ao mesmo tempo, a segurança é outro assunto a destacar. A adoção de uma abordagem de confiança zero pode fortalecer parcerias entre os ecossistemas e impulsionar a inovação, pensando na proteção em torno de cada envolvido, cada dispositivo e cada conexão. Bem implementadas, as tecnologias podem ajudar a gerar insights e promover a inovação — tendo como catalizador desse movimento são as pessoas, sua expertise e o talento que aplicam nas atividades.

  1. Abrir espaço para o aprendizado contínuo

A transformação é um processo contínuo. As empresas devem aprender a lidar com os riscos e com os erros para encontrar a combinação de tecnologias que as leve para o próximo nível. E este próximo passo pode ser a disrupção. Desenvolver agilidade e buscar o aprendizado contínuo hoje é o passo que ajuda as empresas a se prepararem para enfrentar os grandes desafios que encontrarão no futuro.

É por isso que a inovação tem que ser tratada como um esporte de equipe, praticada entre membros internos e externos da organização. A colaboração deve permear as relações com parceiros e o ecossistema de forma ampla, muitas vezes incluindo inclusive a concorrência, e será cada vez mais necessária à medida que as indústrias sigam em seu processo de transformação digital.

Para avançarmos em 2022 e vermos progresso para o futuro, é preciso um olhar atento para as pessoas e as relações que estabelecemos — e como a tecnologia é fundamental para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que virão. 

* Tonny Martins, Presidente e Líder de Tecnologia IBM América Latina

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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