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24-06-2015
Por Chiara da Costa, analista de Inteligência de Mercado na Senior
 
Apesar de o cenário econômico trazer alguns desafios para 2015, existem oportunidades para o setor de TI obter bons resultados. Mais do que nunca, investir em tecnologia é a via mais certa para encontrar alternativas viáveis e criativas de crescimento – seja através da redução de custos, ou do aumento da produtividade.
 
Os números divulgados pelos institutos de pesquisa evidenciam essa expectativa otimista para o ano. Segundo o Instituto Sem Fronteiras (ISF) – que entrevistou 1.300 empresas de grande e médio porte em todo o Brasil – os investimentos em TI crescerão 5,6% em 2015 e apenas 17% dos entrevistados afirmaram que haverá queda em seus gastos. Já para a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), a expectativa é de que no segundo semestre, quando o governo já estiver pondo em prática o ajuste fiscal, o setor de TI responda com crescimento nos investimentos da ordem de 7% a 7,5%, afirma o presidente da entidade, Jorge Sukarie. Se essa previsão se realizar, teremos este ano um crescimento no setor maior do que os investimentos registrados pela IDC no mercado de TI no Brasil no ano passado, que foi de 6,7% (incluindo hardware, software e serviços).
 
De acordo com a recente pesquisa da entidade, a indústria brasileira de TI registrou investimento de US$ 60 bilhões em 2014 e está posicionada em 7º lugar no ranking mundial. Somente o setor de software e serviços de TI, sem exportações, somou US$ 25,2 bilhões no ano passado. Enquanto isso, o instituto Gartner prevê que serviços em TI devem vivenciar o maior crescimento em gastos no Brasil em 2015. Dos US$ 125,3 bilhões previstos em gastos no Brasil esse ano, US$ 21,5 bilhões serão com serviços, o que representa crescimento de 13,7% em relação a 2014. Mas, para onde vão estes investimentos em TI? Cloud computing, Mobilidade, Internet das Coisas, Segurança da Informação, Analytics e Business inteligence são os principais temas nas agendas dos CIOs.
 
Para o mercado de segurança, a previsão do estudo da IDC é de ampliação para este ano, chegando a US$ 117 milhões no Brasil. Infraestrutura e serviços para Cloud também indicam crescimento superior a 50% do mercado de Cloud Pública no país: o uso de ferramentas móveis chegará a 1/3 dos funcionários de empresas médias e grandes. A previsão de mais de 130 milhões de “coisas” conectadas no Brasil e, aproximadamente, metade da América Latina, leva a Internet das Coisas a um grau maior de visibilidade. Em relação a 3ª plataforma, o estudo prevê que “Application Development” e “Deployment” seguirão acelerados neste ano, chegando a US$ 1.344 milhões. Por fim, Analytics e Business Intelligence devem atingir US$ 788 milhões em 2015.
 
Porém, somente alguns destes temas já entraram de forma definitiva no orçamento das empresas brasileiras. Mobilidade é sem dúvida o grande destaque do ano e aparece em primeiro lugar como alvo dos investimentos dos CIOs em 2015. Segundo a pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”, realizada pela IT Mídia com CIOs das mil maiores empresas do Brasil,  59,5% dos entrevistados indicaram esse item como prioritário dentro de suas empresas. Em seguida, foi citada a segurança da informação, com 55,7% dos respondentes, e na sequência, sistemas de gestão empresarial, com 51,4%.
 
Este ano os assuntos mais discutidos que tenho lido têm sido redução de custos, aumento de produtividade (melhoria da gestão) e inovação. Para tanto, é preciso não somente ter informação ou saber onde ela está, mas principalmente saber extrair, analisar e gerenciar as informações corretas que vão efetivamente apoiar a tomada de decisão nas empresas. Nesse sentido, o ERP ganha espaço especial este ano. Vejam que sistemas de gestão empresarial foi citado por 51,4% dos CIOs entrevistados pela pesquisa da IT Mídia como item prioritário.
 
Recentemente, li um artigo muito interessante publicado por Orlando Oda no site CIO sobre os principais atributos ou benefícios que as empresas buscam em ERPs. O autor afirma que são esperados principalmente reduções de mão de obra, custos, estoques e prazos. “Existem também benefícios não mensuráveis tais como diminuição de erros que evitam multas, aumento do nível de satisfação interna e dos clientes etc. Agilidade e rapidez no atendimento são exigências naturais do mercado, portanto, o ERP deixou de ser uma necessidade operacional. No cenário atual, o sistema é uma ferramenta indispensável para assegurar o sucesso empresarial. É preciso considerar a implantação do ERP como um investimento necessário para o crescimento da empresa e não apenas como uma despesa para atender as demandas operacionais”.
 
Algumas pessoas me questionam como podemos apontar oportunidades no mercado TI se muitas empresas estão sofrendo com a perda de clientes.  Marcelo Sinhorini, diretor-executivo e co-founder do Portal ERP disse num artigo chamado O Mercado de Software ERP vai muito bem, obrigado quea eventual perda de cliente é um fator ambiental interno e não de mercado. “As empresas perdem clientes em tempos de crise e fora dele, isto não muda. A perda de um cliente é acusada pela empresa que o perde, porém ele vai para o concorrente, comprando novas licenças e serviços de implantação, ou seja, fazendo o mercado girar”. Não é à toa que o mercado de software no ano passado mostrou excelentes resultados, comparando com demais setores da economia. Dificuldades e desafios com certeza estamos e vamos continuar enfrentando, não só neste ano. Mas como diz o Marcelo, 2014 mostrou que os desafios podem ser superados com muito trabalho e, principalmente, inteligência. As empresas sabem que precisam investir em tecnologia, especialmente para melhorar a gestão. E isso não é de hoje. Problemas de gestão prejudicam os resultados e competitividade. E, em tempos difíceis, nenhuma empresa pode se dar ao luxo de perder dinheiro.

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