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Computerworld.com.br – 09/10/2014

Entidades representativas do setor de tecnologia indicam situações que o futuro presidente deve endereçar ao formatar uma política industrial para TI
 
 
FELIPE DREHER
 
Aécio Neves ou Dilma Rousseff? Independente de quem vença as eleições, a certeza é que o próximo presidente do Brasil terá muito o quê fazer em termos de política industrial de tecnologia da informação e telecomunicações. Enquanto os candidatos esquentam a disputa no segundo turno, questionamos algumas entidades setoriais sobre suas expectativas quanto ao próximo governo.
 
Ficou a certeza de que os problemas enfrentados por empresas do setor ultrapassam os limites da vertical e, como lembra a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), tocam temas como reforma tributária, modernização das relações trabalhistas para atender às demandas dos novos tempos, burocracia e custo Brasil.
 
Além disso, dada a importância que a TIC ganhou ao longo dos anos, qualquer um dos dois candidatos que vença deve traçar um plano que possa alavancar o setor de forma que a indústria exerça função de suporte para retomada de crescimento econômico e de posição de destaque do País no cenário internacional.
 
Mas algumas lutas, contudo, são bastante específicas. “Atualmente os grupos estrangeiros estão dominando o mercado nacional e limitando o nosso desenvolvimento”, enxerga Antonio Neto, presidente do SINDPD (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do estado de São Paulo) e da CSB (Central dos Trabalhadores Brasileiros).
 
O sindicato ainda carrega a bandeira da criação de uma empresa pública para o setor de TI, a exemplo da Petrobrás, com a intenção de potencializar o desenvolvimento e o investimento nacional no segmento, além, é claro, de ampliar as contratações e a geração de postos de trabalho. Esta empresa, de economia aberta, mas sob o comando do Estado, poderia congregar as empresas públicas de tecnologia, como Serpro e Dataprev, estimulando e canalizando as forças nacionais para o segmento.
 
“Também precisamos fomentar a criação de polos de tecnologia, ou seja, o incentivo do desenvolvimento sustentável, econômico, sociocultural e tecnológico de cidades interessadas em investir no segmento de tecnologia e desoneração de data centers, com o objetivo de aumentar a produção de empregos”, diz Neto, lembrando, ainda a inexistência de regulamentação da profissão de TI.
 
As principais entidades de TI entregaram as suas propostas, desenvolvidas em conjunto, para todos os candidatos, há cerca de 60 dias. O texto reúne reivindicações da Abes, Assespro e Brasscom em um documento entregue para políticos durante o período eleitoral (veja as reivindicações aqui).
 
Propostas
 
Embora um tanto etéreos, os planos de governo dos dois candidatos contemplam propostas que envolvem questões relacionadas a tecnologia da informação. “Infelizmente nenhum dos candidatos explicitou planos específicos para a indústria de TI”, comenta Roberto Mayer, vice-presidente de Relações Públicas da Assespro (Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação).
 
Para ele, a expectativa é que, assim como ocorreu em governos anteriores, a escolha da política industrial para o setor só ocorra após a eleição, com a escolha dos ministros – vale lembrar que na gestão atual, três pessoas passaram pela cadeira do MCTI.
 
Dentre as propostas para a área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no primeiro turno surgem questões, o candidato do PSDB, Aécio Neves, promete apoiar investimentos mais robustos em infraestrutura para universidades públicas e instituições de pesquisa.
 
Além disso, ele defende o ensino da tecnologia ligado à resolução de problemas sociais e a uma atitude empreendedora. A estruturação de um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação é uma bandeira do candidato, que também pretende revitalizar o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
 
Aécio garante que criará um programa de internacionalização da ciência brasileira, com intercâmbio de pesquisadores e atração de cientistas internacionais, além de implementar um plano nacional para a formação de pesquisadores. Ele também pretende criar uma estratégia para incentivar pesquisa e inovação nas empresas públicas e privadas.
 
A petista Dilma Rousseff aposta na inovação com uma das ferramentas para aumentar a competitividade produtiva do Brasil, com especial atenção para o programa Plataformas do Conhecimento, lançado em julho deste ano.
 
A candidata à reeleição pretende acelerar a produção de conhecimento que gerem novos produtos e processos. Ela também se compromete a adotar políticas públicas direcionadas para as áreas industrial, científica, tecnológica e agrícola afim de  reduzir os custos de investimento e produção, a partir do estímulo à inovação.
 
*Com informações do Núcleo de Serviços da ABIPTI (Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação). ?
Computerworld.com.br, 09/10/2014

 

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