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O Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT) recebeu 2.288 contribuições da sociedade na consulta pública aberta pela Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Encerrada em 6 de fevereiro, a consulta abriu um canal de comunicação com a população para receber subsídios para a construção do plano. Os resultados serão discutidos pela Câmara de IoT, criada pelo governo brasileiro em 2014, que conta com a participação do MCTIC e de outros 42 órgãos governamentais, entidades representativas e centros de pesquisa brasileiros.
 
Sugestões enviadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações vão ajudar a construir uma política nacional com ações voltadas para o desenvolvimento do mercado de IoT no Brasil até 2022. A consulta abriu um canal de comunicação com a população e os resultados serão discutidos pela Câmara de Internet das Coisas, criada pelo governo com a participação do MCTIC e de outros 42 órgãos governamentais, entidades representativas e centros de pesquisa brasileiros.
 
Junto com as sugestões da sociedade, um estudo solicitado pelo MCTIC em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai servir de base para o plano, cujas diretrizes devem ser anunciadas nas próximas semanas.
 
A consulta teve 23 mil acessos únicos que resultaram em 2.288 contribuições sobre grandes temas relacionados à IoT, abordados numa série de perguntas. Em média, cada questão recebeu 15 respostas.
 
"A participação popular é fundamental para construirmos uma política pública que seja efetiva e que contemple o que a sociedade e o setor de IoT brasileiros anseiam. Tivemos um número muito bom de contribuições e, agora, vamos utilizar esse material para construir um Plano Nacional de IoT mais robusto", afirmou o secretário de Política de Informática, Maximiliano Martinhão.
 
Demanda foi a área líder em participações, com 387 contribuições. Pesquisa e desenvolvimento (257); papel do Estado (226); oferta tecnológica e composição de ecossistemas (225); e assuntos regulatórios (219) vêm logo atrás. Também foram consultados os seguintes temas: segurança e privacidade, que teve 185 participações; redes e transporte de dados, com 163 contribuições; recursos humanos e suporte a aplicações e serviços, que receberam 139 sugestões cada; gateways e dispositivos, com 131 sugestões; gerenciamento de infraestrutura, que teve 108 contribuições; investimento, financiamento e fomento, com 64 respostas; e aspirações, com 42 participações.
 
O plano
 
O Plano Nacional de IoT servirá para nortear ações e políticas públicas para o setor até 2022. As diretrizes devem ser apresentadas pelo MCTIC nas próximas semanas. "O Plano Nacional de Internet das Coisas vai nos ajudar a ter avanços muito expressivos no aquecimento da economia e na geração de empregos. Uma série de coisas o Brasil já tem: pesquisa de ponta em tecnologia da informação, mão-de-obra qualificada e um mercado grande e muito forte. Esse documento vai estimular o desenvolvimento nacional", destacou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

Contribuições da ABES

Para apresentar as contribuições da ABES, representantes da entidade se reuniram no mês passado com Maximiliano Martinhão. De acordo com o documento entregue pela ABES, a emergência da IoT é uma oportunidade para o desenvolvimento econômico brasileiro. A ABES ressalta o crescente desempenho local dos setores de software e de serviços de tecnologia da informação, fundamentais para o desenvolvimento e a competitividade nacionais, e chama a atenção para o relevante papel do Estado como indutor do desenvolvimento da IoT. Desencorajando a implantação de uma regulamentação específica para IoT, a entidade alerta para alguns pontos que considera importantes a serem contemplados pela Política Nacional de IoT, como os temas de segurança, privacidade, interoperabilidade, entre outros. A íntegra do posicionamento pode ser acessada aqui.
 

Mundo conectado

 
Em 2015, o pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Kevin Ashton, um dos primeiros a se debruçar sobre o tema, ofereceu uma interessante definição sobre IoT. "Estamos presenciando o momento em que duas redes distintas – a rede de comunicações humanas, exemplificada na internet, e o mundo real das coisas – precisam se encontrar. Um ponto de encontro onde não mais apenas ‘usaremos um computador', mas onde o ‘computador se use' independentemente, de modo a tornar a vida mais eficiente. Os objetos, as ‘coisas', estarão conectados entre si e em rede, de modo inteligente, e passarão a ‘sentir' o mundo ao redor e interagir", explicou Ashton em entrevista à revista eletrônica Inovação em Pauta, publicada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
 
Estimativas feitas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que há, no Brasil, cerca de 20 milhões de conexões máquina-máquina. A previsão é que o número salte para 42 milhões em 2020. No mundo todo, até 2025, o total de objetos conectados deve ficar entre 100 milhões e 200 milhões, de acordo com a consultoria Teleco.
 
Segundo o secretário de Políticas de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o Brasil é um dos principais polos em IoT. Quarto maior mercado consumidor de equipamentos conectados do mundo, o país tem potencial para ampliar sua participação global, juntamente com o desenvolvimento de soluções para o mercado doméstico.
 
"Até 2025, cada cidadão brasileiro terá, em torno de si, sete equipamentos máquina-máquina – seja um relógio que está conectado, seja a televisão, seja o carro. O mercado brasileiro vai crescer muito, e desse crescimento vai surgir uma série de serviços e aplicações, que são uma oportunidade de desenvolvimento sócio-econômico para o país. Se nos prepararmos, as empresas brasileiras poderão atender o nosso mercado e o mercado internacional", destacou Martinhão.
 

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