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Índice de pirataria cai para 50%
 
Contrariando a tendência mundial, o brasileiro está usando menos programas de computador pirateados. É o que indica a última pesquisa global da organização Business Software Alliance (BSA) sobre o uso de programas não licenciados por usuários e empresas. Realizado bienalmente e comparando mais de cem países, o levantamento mostra que a taxa de softwares ilegais instalados em PCs no Brasil foi de 50% em 2013.
O índice é considerado alto, mas é três pontos percentuais menor que em 2011 e confirma uma tendência de queda registrada desde 2007. Globalmente, a pirataria de programas subiu de 42% para 43%.
A taxa brasileira é inédita para o país, que tem também o menor índice entre as nações dos Brics — acrônimo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e da América Latina, e segue uma tendência histórica de queda: desde 2007, a pirataria de softwares vem sendo reduzida por aqui a uma taxa média de três pontos percentuais a cada dois anos.
Apesar do resultado, somente 38% das empresas brasileiras têm políticas que exigem o uso de softwares legais — média pouco superior à mundial, de 35%.
Para Frank Caramuru, diretor da BSA no Brasil, a queda brasileira é relevante e resultado da crescente conscientização dos usuários quanto à questão. No entanto, é possível melhorar ainda mais.
— De 2007 pra cá houve uma redução de quase dez pontos percentuais na taxa brasileira. Houve, sem dúvida, uma melhora na percepção do brasileiro ao tema, mas ela ainda precisa ganhar força na prática do usuário comum e das empresas.
Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), Jorge Sukarie acredita que a oferta de serviços digitais a preços e planos mais acessíveis também tem contribuído para a redução da pirataria digital:
— Com os serviços baseados na nuvem, houve um barateamento e uma maior acessibilidade deles — afirma Sukarie.
De acordo com o relatório da BSA, os prejuízos decorrentes do uso de softwares ilegais chegaram a US$ 62,7 bilhões em todo o mundo — no Brasil, o valor foi de US$ 2,8 bilhões. A região com a maior taxa de programas piratas continua sendo a Ásia-Pacífico, com 62%. Em seguida estão Europa Central e Oriental (61%), América Latina (59%), e Oriente Médio e África (também com 59%). A América do Norte permanece a que menos faz uso desses softwares (19%).
Para além dos prejuízos financeiros, Jorge Sukarie reforça outras consequências negativas dos programas piratas para a sociedade:
— Menos impostos são arrecadados e menos empregos são criados. E o mercado dos softwares ilegais costuma financiar o crime organizado.
Apesar do aumento global do uso de programas piratas, a pesquisa indica uma maior consciência quanto aos perigos desses softwares: 64% dos entrevistados associaram o seu uso a ataques de hackers, e 59% mencionaram a possibilidade de roubo de dados.
Os riscos são atestado por Mariano Sumrell, diretor de marketing da fabricante de antivírus AVG Brasil:
— Programas piratas tendem a acompanhar vírus que facilitam invasões de hackers e roubos de informações. Além disso, ao usar esses softwares, os usuários não têm acesso a atualizações de segurança.

Fonte: O Globo 
 

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