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Walmir Scaravelli
 
Neste ano o setor de tecnologia da informação deve receber investimentos na casa dos US$ 129,7 bilhões, um volume 3,6% superior ao apurado em 2013, segundo dados divulgados pelo Instituto Gartner. Cloud compputing e mobilidade são as grandes tendências e prometem permanecer sob os holofotes.
 
Considerando apenas o mercado brasileiro, no entanto, as perspectivas não são tão promissoras. Em um ano de Carnaval tardio, Copa do Mundo sediada no País e eleições presidenciais, os executivos enxergam na redução significativa de dias úteis, um entrave importante para a realização de novos negócios em TI. Perspectiva de um PIB baixo, alta da taxa de juro e retorno do fantasma da inflação também são fatores que podem inibir investimentos por parte do empresariado.
 
No entanto, a tecnologia é essencial para a manutenção da competitividade e não deve ser desprezada em nenhuma circunstância. Em um universo corporativo globalizado e complexo, quem não se moderniza, simplesmente não resiste. Portanto, mesmo em um cenário de desaceleração, a informatização tem que ser priorizada, independente do ramo de atividade da empresa.
 
Na construção civil, por exemplo, programas como PAC e Minha Casa, Minha Vida, além das obras de infraestrutura, realizadas por conta do Campeonato Mundial de Futebol e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, levaram as grandes construtoras e incorporadoras a investirem em tecnologia para aumentar a eficiência e a lucratividade dos negócios. Mas, companhias de menor porte ainda estão muito atrasadas neste processo.
 
Já no caso do agronegócio, um dos setores que tiveram o melhor desempenho em 2013, a tecnologia também vem se mostrando um investimento imprescindível. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no ano passado, o saldo do comércio exterior do agronegócio foi positivo em US$ 82,91 bilhões, o que compensou o déficit de US$ 80,35 bilhões dos demais setores da economia. Mesmo com essa boa performance, o empreendedor do campo ainda enfrenta imensos desafios. Produtores de culturas diversas, com destaque aos que plantam em grande escala, sofrem, sobretudo, com problemas relacionados à logística. O estado de abandono, em que se encontram muitas de nossas estradas e rodovias, torna o escoamento da produção uma missão hercúlea.
 
Ainda falando em logística, o problema não se limita ao agronegócio. Empresários dos mais diversos segmentos estão sempre buscando ferramentas que possibilitem a entrega de seus produtos com qualidade e pontualidade. Nesse sentido, estar informatizado pode ser o diferencial para enfrentar os gargalos.
 
O apagão de talentos em TI também é algo tão grave quanto os baixos investimentos esperados para o setor. Preparar profissionais capacitados, que consigam encontrar saídas inteligentes para ajudar o Brasil a romper estas barreiras, será uma das missões prioritárias neste ano.
 
*Walmir Scaravelli é Diretor Comercial e sócio-fundador da Mega Sistemas Corporativos, empresa que oferece soluções tecnológicas diferenciadas de gestão empresarial para companhias que atuam nos segmentos de Construção, Logística, Manufatura, Combustíveis, Agronegócios e Serviços.

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