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Por Jorge Sukarie, presidente da ABES

O ano de 2014 promete ser um ano desafiador para os empresários brasileiros do setor de TI, com o carnaval fora de época, que neste ano caiu no mês de Março, a Copa do Mundo e as Eleições. O mercado também deve acompanhar atentamente a economia do país, que precisará provar sua força para manter as classificações de crédito (ratings) do Brasil junto aos institutos internacionais e, principalmente, a credibilidade junto aos investidores que têm ficado céticos com relação ao desempenho econômico do país por conta das últimas ações do governo e o aumento das manifestações populares.
 
Um mercado doméstico de mais de US$ 25 bilhões, o setor de Software e Serviços Brasileiro está em franco crescimento, mas ainda atua com desafios que impedem sua capacidade de desenvolvimento e competição plenos. Como se todos os pontos acima não bastassem, ainda convivemos com uma extensa burocracia no país; carga tributária elevada e complexa; falta de mão de obra e capacitação que nos jogam entre os países de menor índice de competitividade do mundo. De acordo com o 12º Relatório Global de Tecnologia da Informação, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil está em 60º lugar no ranking de competitividade no setor de TI, que avalia a influência e impactos da TIC para o desenvolvimento de 144 países.
 
A inovação é um ponto estratégico para o mercado de TI que deve ser tratado com maior afinco entre os empresários. Sem inovação não conseguiremos ter produtos atrativos que gerem interesse para o mercado internacional, e neste quesito o Brasil também não tem sido eficiente. O país ocupa o 64º lugar no Índice Global de Inovação, numa lista com 142 países, segundo estudo da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) com a Universidade de Comell (EUA) e a escola de administração francesa Insead. Para apoiar o setor e ajudar a mudar esse cenário, a ABES criou, em 2013, uma diretoria de Inovação e Fomento, que está incentivando parcerias e benefícios para oferecer recursos de incentivo para o crescimento e desenvolvimento da tecnologia no país. 
 
Do ponto de vista legislativo, a ABES trabalha junto a parlamentares do governo para garantir que os Projetos de Lei em discussão no Congresso estejam alinhados com os interesses do setor, como o Marco Civil da Internet, a legislação sobre o ISS (Imposto sobre Serviços) e o esclarecimento sobre a importância da liberdade de escolha da plataforma de software nas licitações públicas. A entidade também está participando ativamente das discussões junto ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) sobre a evolução do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologias da Informação (TI Maior) e seus desdobramentos e resultados.
 
Apesar de todos esses desafios que o mercado de Software e Serviços nacional apresenta, o Brasil ainda é um dos poucos países com grande potencial de crescimento, que vive atualmente os efeitos do “bônus demográfico”, com a maior parte de sua população economicamente ativa e um aumento extraordinário de consumo, fruto da ascensão social para as classes média e alta, que estima-se deva saltar de 153 milhões de consumidores em 2013, para 196 milhões até 2023.
 
O setor de TI em especial se beneficia diretamente desse enorme potencial da economia brasileira e tem demonstrado isto com seu crescimento de dois dígitos em todos os anos durante a última década, desde que lançamos o primeiro Estudo Anual sobre o Mercado Brasileiro de Software e Serviços, em 2004. A tendência é que este crescimento do setor continue sendo muito superior ao aumento do PIB do Brasil e caberá aos empresários do setor aproveitar esta oportunidade.
 

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