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Tendências Tecnológicas

Big data, social, nuvem e mobilidade despertaram no mercado os embates práticos com os conceituais e, talvez, falta a estratégia correta para que os lados se unam em forma de implementações

Quantas não foram as notícias escritas sobre tecnologia da informação neste ano que começaram com computação em nuvem, mobilidade, big data e social business? E em grande parte delas, talvez o principal fator tenha deixado de ser dito: é necessário ter pé no chão e uma estratégia clara sobre como caminhar por esse mar desencadeado por essas tendências.
 
Computação em nuvem e mobilidade, diga-se de passagem, já não são tendências há um tempo. Entre os quatro macro temas, esses dois saíram na dianteira para muitas empresas, pois consumerização e o modelo de entrega e contratação de soluções por meio da internet facilitou o acesso. Os outros dois foram envoltos de muita informação, porém pouco tratamento, criando uma bolha de dúvidas.
 
Para tentar dar um passo atrás e observar o cenário de forma mais ampla e concreta, a CRN Brasil organizou o “IT Mídia Debate: Apostas Tecnológicas”, que contou com a participação de Fernando Belfort, da Frost & Sullivan; Fernando Meirelles, da Fundação Getulio Vargas (FGV); José Carlos Padilha, ex-CIO e consultor de TI; Jorge Sukarie, da Brasoftware; e Vânia Curiati, da IBM.
 
Para Belfort, os níveis de maturidade das tendências no País são bem distintas. Cloud computing é minimamente conhecida e as provas de conceitos estão acontecendo, sendo esse um momento de amadurecimento da nuvem. Mobilidade é a tendência mais tangível, big data representa a maior oportunidade, mas também a maior confusão, pois nem fornecedores nem clientes ainda sabem conceituar e efetivar ações neste sentido, e social business é uma bolha que mistura desde a colaboração a redes sociais, passando por CRM, BI e outras coisas, diz.
 
E no mercado se encontra de tudo, diz Meirelles, observando que há desde empresas que implementam como early adopters tecnologias das mais distintas, até aquelas companhias que só querem rodar uma tecnologia consolidada. E, por isso, avalia o professor, medir a onda de adoção dessas quatro tendências dentro dum pacote é muito difícil.
 
“Big data e social são tendências que estão sendo digeridas tanto pelos consumidores quanto pelos fornecedores”, complementa Jorge Sukarie, que além de fundador da Brasoftware é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). Ele lembra que, mesmo em meio às discussões, a indústria brasileira de TI deve ter a maior taxa de crescimento do mundo em 2013, com previsão de faturamento de US$ 69 bilhões, segundo dados da associação.
 
O que se sabe, com toda a certeza, é que a soma dessas quatro macro tendências é o divisor de águas do que era feito antes para o que será visto nos próximos anos, pontua Vânia, da IBM. “Os parceiros comerciais, de todas as tecnologias, estão passando por uma transformação alinhada ao uso dessas tecnologias, assim como os clientes. Se não se adequarem a essa era de soluções, eles tendem a desaparecer”, prevê a executiva, que diz que, embora haja grande esforço da indústria para criar ferramentas efetivas para essas tecnologias, o momento é de experimentação em muitos níveis.
 
Para Padilha, a questão da adoção das tecnologias e dos níveis de experimentação esbarram num único ponto: ou se prova que a adoção de algo vai trazer retorno, ou fica difícil comprar/vender. E isso desperta a necessidade da TI falar de negócios e das áreas de negócios entenderem um pouco de TI. Talvez esse seja o espaço onde o canal que visa serviços e consultoria ganhe destaque, sendo a mão que sela a união entre a visão prática dos negócios com a carga tecnológica.

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