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Entrevista com Alessandra Montini, professora da FEA/USP e
coordenadora do MBA de Big Data da FIA

 

De acordo com o estudo Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2014, produzido pela ABES e pelo IDC, o Big Data/Analytics continuará expandido seu espaço e os investimentos na área atingirão US$ 426 milhões em 2014 no Brasil. Mas, este mercado enfrenta alguns desafios, entre eles a escassez de mão-de-obra especializada. Em função disso, é fundamental o investimento em capacitação de pessoal.
 
De olho nesta defasagem do setor de TI no país, a FIA (Fundação Instituto de Administração) abriu inscrições para o MBA Analytics em Big Data. O objetivo do novo curso é tornar os participantes especialistas em técnicas de captura, armazenamento, processamento e análise de informação em base de dados. Aproveitando esta iniciativa, o Portal ABES entrevistou Alessandra Montini, professora da FEA/USP e coordenadora deste novo MBA, sobre as perspectivas do Big Data no Brasil.
 
– Quais são as similaridades e diferenças entre data minning e big data?
São tecnologias diferentes. O data minning aplica modelos estatísticos tradicionais para avaliar dados mensuráveis e a partir de amostras. Já o big data é uma tecnologia que permite analisar números, textos, vídeos e imagens para avaliar o comportamento das pessoas a fim de ajudar na tomada de decisões em tempo real, processando e analisando grandes bases de dados não estruturadas.  
 
– Como avalia as perspectivas do mercado de trabalho para os profissionais que possuírem conhecimento em big data?
São muito grandes, pois temos uma demanda reprimida de profissionais qualificados. Mas, a pessoa que tiver interesse em se capacitar e atuar neste mercado precisa gostar da lógica de programação, de matemática e computação.
 
– Quais são as principais ferramentas tecnológicas de big data, atualmente, disponíveis no mercado brasileiro?
As ferramentas estão com custos cada vez mais acessíveis e esta redução contribui para a expansão do big data. Entre os principais players posso citar a Amazon, a Microsoft e a SAS. Vale observar que o boom deste mercado está conectado ao desenvolvimento da Internet das Coisas e da Cloud Computing.
 
– Qual o perfil das empresas que se beneficiam com uma estratégia de big data em seu negócio?
No limite, todas as empresas podem se beneficiar, pois o futuro é a internet. Temos desde os dados gerados pelos códigos de barras até o crescimento do uso de sensores com a Internet das Coisas, que ampliará exponencialmente a quantidade de informações disponíveis. Hoje em dia, temos empresas de e-commerce e do varejo tradicional que já utilizam soluções de big data em seus negócios. Entretanto, para aplicar o Big Data, sugiro ao empresário que compreenda os 5 Vs desta tecnologia: volume sem fim, variedade das fontes, veracidade dos dados, velocidade sem igual e o valor das informações. O gestor precisa também contar com uma pessoa ou equipe bem treinada e que saiba o que está fazendo na obtenção e análise das informações. 
 
– Poderia citar algum cases de big data na melhoria de um serviço ou produto?
Temos um grande case na Netflix, que consegue ser assertiva e oferecer filmes aos seus usuários com base na idade e em seus hábitos. Outros exemplos são a Fastshop e o Booking.  

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