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Por Mario Prado*

A Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês internet of things) começa a se tornar realidade no Brasil e as tecnologias deste ecossistema podem ser aplicadas em diversos setores como indústria, agronegócio, serviços, logística, gestão hospitalar, cidades inteligentes ou no varejo, entre outros segmentos. Por isso, fiz questão de colocar a palavra tecnologias no plural porque este é um mercado crescente, que reúne diferentes plataformas de software, equipamentos, sensores e aplicações. De acordo com o IDC, o gasto mundial com IoT deve chegar a US$ 772,5 bilhões em 2018. 
 
Diante desta multiplicidade de aplicações, recursos tecnológicos e cifras representativas, acredito na importância da apresentação de situações e exemplos reais que facilitem o entendimento e a implementação de projetos de IoT na vida real, ou seja, mostrar a tendência tecnológica na prática e contribuir para afirmar que pequenas e médias empresas também podem introduzir IoT em seus negócios, selecionando dentro desta miríade de opções o que mais se adequa à sua realidade. 
 
O beacon, por exemplo, é uma tecnologia no universo de IoT que pode ser usada em ações de marketing, de relacionamento e vendas com alto potencial de retorno de investimento. Essa tecnologia pode ser utilizada por redes de lojas, restaurantes, supermercados, parques de diversão, shoppings e aeroportos, entre outras opções. 
 
De forma resumida, podemos descrever o beacon como um dispositivo instalado em um estabelecimento, seja na mesa, em uma vitrine, na parede ou prateleira, capaz de enviar informações para os smartphones que estiverem próximos por meio de sinais bluetooh.  Essas informações podem ser processadas por aplicativos específicos (por exemplo o aplicativo da loja ou shopping que está utilizando a tecnologia) ou pode utilizar o padrão da “Web Física”, criado pelo Google, e que permite qualquer celular com Android ou IOS recebam informações através de links web (celulares IOS necessitam ter o navegador Chrome instalado). 
 
O preço e disponibilidade no mercado brasileiro para esta tecnologia são acessíveis, pois já temos uma versão criada com tecnologia nacional e fabricada no país chamada Taggen Beacon, eliminando o processo de importação, custos de impostos e outras complicações.
 
Tendo em vista essa facilidade de acesso aos dispositivos, a aplicação dos beacons em ações de marketing e relacionamento com clientes se configura em uma das principais aplicações, pois permite a realização de campanhas de vendas, pois uma loja pode enviar um cupom de desconto, fornecer informações de produtos para os clientes dentro de seu estabelecimento e até para potenciais clientes que estejam próximos do local. 
 
Um outro exemplo de ação que pode ser viabilizada por meio de parcerias entre a administração de um shopping e seus lojistas. Nesse modelo o shopping gerencia o conteúdo que é enviado pelos beacons a fim de apresentar aos visitantes informações sobre produtos e serviços oferecidos pelas lojas, como por exemplo o lançamento de um produto ou uma promoção em andamento. É possível ainda, por meio desta tecnologia, a implantação de sistemas de navegação indoor (em ambientes internos) que guiam o cliente dentro do shopping para a loja que fornece o serviço ou promoção que lhe interessou. 
 
A tecnologia possibilita também que os Beacons sejam utilizados dentro das lojas, próximos aos produtos que estão à venda, fornecendo informações, promoções e receitas relacionadas aos itens expostos para os consumidores. Isso permite que o consumidor decida mais rapidamente sobre a compra e também minimiza a espera por consultores. Paralelamente a estas ações, o lojista tem condições de coletar os dados a respeito de trajetos dos clientes dentro da loja, visualização dos itens consultados pelo consumidor e analisar essas informações para entender as preferências de consumo e balizar suas estratégias de trade marketing e promoções. Até bem pouco tempo, os profissionais desta área precisavam filmar os clientes nos corredores de seu estabelecimento e analisar o comportamento, cronometrar quanto tempo uma pessoa demora para escolher um item na prateleira, em um trabalho demorado e manual.
 
Essas iniciativas contribuem para a fidelização dos clientes e podem melhorar a experiência do público no ponto de venda. Outra vantagem é que a tecnologia, muitas vezes, estimula que o cliente instale a aplicação móvel da loja em seu smartphone de modo a potencializar ainda mais a relação entre o varejista e o consumidor. A partir da disseminação dessa nova cultura de marketing e ações no ponto de venda, os folhetos de ofertas, cupons para recortar e folders serão vistos, em um futuro próximo, como materiais de merchandising obsoletos. 
 
*Mário Prado, MsC., Engenheiro de Computação pela Universidade de São Carlos e CTO da Taggen Soluções IoT.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.

 
 

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